16 de maio de 2009


A faca não corta o fogo; mas arrisca



Cortemos apenas um gesto:
a mão perfeita, por demais
perfeita. Cortemos o
atrevimento de se ser
perfeito; o mais,
deixemos quieto.


Cortemos as quimeras
as tessituras por demais
simétricas, os contextos
e sólidas estruturas, e
deixemos o andar manco
o verso manco e branco,
o olhar reverso o breu e o
branco, quando se dão no
palco.


Cortemos apenas um gesto
com faca afiada: a frase de
fogo em sublime metamorfose,
a frase que não se apaga nem na
neve; a metamorfrase na porta do
templo - de Zeus, de Hera -, que
também é
nave.



Marcelo Novaes



4 comentários:

Laura Bourdiel disse...

Adorei o texto! Parabéns.

¡besitos!

Adrianna Coelho disse...


obrigada pela presença e comentário, laura!

tbm adoro o poema. :)

besitos

Eleonora Marino Duarte disse...

musa,

que belo verso você gerou no outro!

um beijo!

Adrianna Coelho disse...


e esse foi antes de ser musa... rs

adoro esse poema, betina!
acho que quando o li, já fiquei apaixonada...

um beijão pra vc